segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Estudando Tom Zé (Parte 2)

Estudando Tom Zé, continuação...

Numa terça-feira, sai com a equipe da TV Cultura para ir até a casa de Tom Zé auxiliar a entrevista de Fernando Faro com o músico. A equipe me disse que a casa dele era bem maluca, cheia de espelhos em tudo quanto é canto, porém, quando cheguei, vi que era diferente do que disseram. Lá tem vários quadros e até capas de jornais como o The New York Times com o seu nome. Tem também algumas artes plásticas de sua autoria.



Da entrevista com Faro, Tom Zé conta sobre sua infância em Irará, interior da Bahia, e também fala um pouco sobre o comercial que ele narrou para a Coca-cola; e oras bolas, quem não toma Coca-cola? Aposto que os fãs que tanto criticaram o Tom Zé, chamando ele de vendido, publicitário, são os mesmo que preferem pagar mais de 200 reais para ver o show de uma banda internacional num festival, e dentro desse festival tomam Coca-cola a 5 reais a latinha, e não pagam 20 reais para assistir um show de Tom Zé. Hipócritas...

Bom, uma coisa curiosa que ele explica sobre a gravação da Tropicália Lixo Lógico, é que as músicas ficaram com falhas no final, da gravação mesmo, por isso elas terminam com toques de celular e encerram abruptamente. 

Tom Zé fala que Gil e Caetano foram os responsáveis por terem avançado com a nossa música numa época em que faziam marcha contra a guitarra. Foi um avanço, tipo: "Idade Média para a Revolução Industrial". Caetano, depois que ouviu o CD Tropicália Lixo Lógico, disse é praticamente uma biografia, diz que Tom era quem levava a coisa mais a sério e foi o cara com mais livre criatividade no movimento. Após David Byrne ter redescoberto Tom Zé, este "Lixo Lógico", foi o melhor álbum dele até aqui.


Quando fui tirar uma foto com ele, Tom Zé disse o seguinte: "Isso daqui é pra você lembrar e dizer... Quando eu era assistente do Faro".


É impressionante a gratidão que artistas, como o Tom Zé, tem com o Fernando Faro, afinal, o diretor, e até então meu querido chefinho, foi diretor do programa Divino, Maravilhoso da TV Tupi, com produção de Antônio Abujamra; o programa era mais ou menos aquele do Roberto Carlos, Jovem Guarda, porém, por se tratar dos tropicalistas, o Divino, Maravilhoso foi muito mais ousado. Recebeu várias críticas de conservadores e caretas da época e até mesmo vaias de políticos de cidadezinhas do interior que consideravam aquilo uma grande "agressão". 

Voltando ao nosso século, o "Lixo Lógico" de Tom Zé é apresentado no programa Ensaio de 2013. Tom começa homenageando o Gonzaga:

Eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!...
Mas se eu lhe dei vinte mil réis
Prá pagar três e trezentos
Você tem que me voltar
Dezesseis e setecentos!
Mas dezesseis e setecentos?
Dezesseis e setecentos!
Porque dezesseis e setecentos?
Dezesseis e setecentos!...
Isso é um trecho da música "Dezesseis e setecentos", de Luiz Gonzaga, que Tom Zé homenageia no início do programa. Assistam e até o meu próximo post sobre o meu último encontro com ele...

Sobre o último encontro com Tom Zé, clique aqui!



Nenhum comentário:

Postar um comentário